Não importa se é no Enem, no vestibular ou em um concurso público: saber como escrever uma redação nota 1000 coloca você lá no topo na disputa pela tão sonhada aprovação.
Nós sabemos que não é nada fácil conseguir uma nota excelente nesse tipo de teste. No Enem 2024, por exemplo, apenas 12 estudantes tiraram a nota máxima na redação.
É claro que ter ortografia e gramática afiadas é importante. Mas, sozinhas, elas não garantem o sucesso.
Quer dizer, então, que somente saber escrever bem não é suficiente? Pois é, se quiser tirar nota máxima, você vai precisar ir além disso.
Por se tratar de um estilo de escrita estruturado, é possível identificar procedimentos e pontos-chave, que o ajudem a mandar bem nos próximos exames. É exatamente isso que nós trazemos, neste texto, para você.
A seguir, conheça 14 dicas de como escrever uma redação perfeita! Veja ainda como deve ser a estrutura desse gênero textual e como escrever uma redação com tema livre.
No curso de português do Kumon, você aprende a interpretar e escrever de maneira crítica, preparando-se para os principais exames e o mercado de trabalho.
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Como escrever uma redação? Confira 14 dicas importantes
Para escrever uma boa redação, é preciso mais do que escrever bem. É necessário ter estratégia, planejamento e domínio da estrutura do texto.
No Enem, vestibulares e concursos, a redação tem grande peso e pode até definir a aprovação em caso de empate. Por isso, aprender a construir argumentos, organizar ideias e escrever de forma clara faz toda a diferença.
A seguir, você confere 14 dicas práticas para mandar bem. Cada uma delas traz orientações diretas, exemplos e recursos que vão ajudar você a desenvolver seu texto com segurança.

1. Leia os textos de apoio e a proposta com atenção
O primeiro passo de tudo, sem dúvidas, é ler os textos de apoio e a proposta com atenção.
Normalmente, no Enem ou em uma prova de vestibular, existem textos verbais e não-verbais (símbolos, fotografias, placas de trânsito, etc.) que expõem o assunto a ser tratado na redação.
Leia e analise tudo isso com bastante cuidado.
Em seguida, veja o que, exatamente, a proposta pede. Ou seja, qual o gênero textual, quantidade de linhas para escrever, se é preciso apresentar proposta de intervenção (algo muito comum em textos dissertativos-argumentativos, principalmente do Enem), enfim.
Se você não entender a proposta corretamente, ter uma escrita impecável não vai adiantar. Afinal, o risco é alto de você acabar fugindo do objetivo da prova.
2. Anote as ideias para argumentos
Depois de compreender a proposta, é hora de reunir as ideias que servirão como base para o seu texto. Pense no que você já sabe sobre o tema e relacione com os dados trazidos nos textos de apoio.
Organize os argumentos de forma lógica, sempre em torno da tese que você pretende defender. Esse planejamento inicial é importante para garantir que o texto seja coerente e bem estruturado.
Por exemplo, no Enem 2024, cujo tema foi “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”, o estudante poderia levantar ideias como:
a permanência de visões eurocêntricas que desvalorizam a cultura africana;
a falta de políticas públicas eficazes para promover essa valorização;
a ausência de representatividade da cultura afro-brasileira nos currículos escolares;
a necessidade de ampliar espaços de visibilidade para manifestações culturais afrodescendentes.
Anotar as ideias antes de começar a escrever também ajuda a perceber se algum argumento precisa ser reforçado com exemplos ou dados. Esse cuidado inicial faz muita diferença na clareza do texto final.
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3. Monte uma estrutura
Para escrever uma boa redação, não basta ter boas ideias. É preciso organizá-las de forma clara e coerente. Por isso, antes de começar a redigir, monte um plano com a estrutura básica do texto.
A redação dissertativa, que é a mais comum em vestibulares e no Enem, deve ser dividida em três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão.
Essa estrutura ajuda a manter a objetividade e evita que você se perca ao longo do texto. Em provas com tempo limitado, esse planejamento é ainda mais importante, pois garante que suas ideias sejam apresentadas de forma completa e dentro do espaço exigido.
Um bom exercício é treinar com diferentes temas. Um exemplo é o tema do Enem 2023: “Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil”.
A introdução poderia contextualizar a importância desse trabalho para a sociedade e já apresentar a tese de que ele precisa ser valorizado.
O desenvolvimento pode trazer argumentos como a sobrecarga feminina e a falta de políticas públicas que reconheçam essa atividade. A conclusão, então, sugere medidas como campanhas de conscientização e incentivos à divisão justa das tarefas domésticas.
4. Não fuja do tema
Fugir do tema é um dos erros mais graves em uma redação. Em muitos exames, como o Enem, isso pode significar até nota zero. Esse problema acontece, em geral, por falta de atenção ao enunciado ou insegurança em desenvolver o assunto proposto.
Para evitar esse risco, leia com cuidado os textos de apoio, identifique as palavras-chave e confira o que a proposta realmente pede.
Se o tema for, por exemplo, “Educação básica e formação profissional: entre a multitarefa e a reflexão” (Fuvest 2024), não adianta falar apenas sobre tecnologia de forma genérica ou apenas sobre mercado de trabalho. O foco precisa ser em relacionar esses pontos à educação e à formação profissional.
Sempre que possível, use os textos de apoio como referência para manter a objetividade. Afinal, eles fornecem dados e informações que podem servir como base para a sua argumentação.
Além disso, revisar o rascunho antes de passar a limpo ajuda a perceber se algum trecho se afastou do tema principal.
5. Leia muito
Não é a primeira nem a última vez que vamos falar isso aqui no blog do Kumon: antes de aprender a escrever bem, é preciso desenvolver o hábito de leitura. Quanto mais variado for o seu repertório, mais fácil será construir argumentos consistentes.
Vale ler artigos de opinião, reportagens, ensaios e até literatura. Cada gênero traz contribuições diferentes.
Os artigos de opinião, por exemplo, ajudam a observar como os autores defendem uma tese. Já as reportagens fornecem dados e informações que podem ser usados como referência em sua redação.
Outro ponto importante é acompanhar atualidades. Os temas do Enem e dos vestibulares costumam estar ligados a questões sociais, culturais e científicas em debate no país. Logo, quem está atualizado tem mais facilidade para relacionar o assunto da prova com exemplos concretos.
Um bom exemplo foi o Enem 2020, cujo tema foi “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”. Os estudantes que já haviam lido reportagens sobre saúde mental ou livros sobre psicologia tinham mais elementos para enriquecer a argumentação.

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6. Tome nota das leituras
Ler é importante, mas registrar o que foi lido é ainda mais eficaz para quem deseja escrever melhor. Tomar notas ajuda a fixar as informações, organizar ideias e criar um banco de referências para futuras redações.
Esse hábito pode ser feito de várias formas. Alguns estudantes preferem anotar palavras-chave e frases curtas em cadernos. Outros usam aplicativos de anotações para registrar dados e citações. O importante é desenvolver um método que funcione para você.
Imagine que você leu uma reportagem sobre os povos indígenas no Brasil. Se o Enem 2022 trouxe o tema “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”, essas anotações ajudariam a lembrar dados e argumentos prontos para serem usados.
Tomar notas regularmente também treina a habilidade de resumir informações, o que é essencial para construir parágrafos objetivos e bem estruturados na redação.
7. Use muito o dicionário
Uma palavra mal compreendida pode alterar todo o sentido de uma frase e comprometer a nota da redação. Isso vale tanto para os textos de apoio quanto para o próprio enunciado da prova.
Por isso, mantenha sempre um dicionário por perto enquanto estuda. Hoje existem ótimos aplicativos que tornam a consulta rápida e prática. O hábito de buscar o significado de palavras novas amplia o vocabulário e evita erros de interpretação de texto.
Esse recurso é especialmente útil quando aparecem termos específicos ou menos comuns, como aconteceu no tema do Enem 2021, “Invisibilidade e registro civil: garantia de acesso à cidadania no Brasil”.
Nesse caso, quem dominava o significado de “registro civil” já partia com uma compreensão mais clara da proposta.
8. Faça sempre um rascunho
Mesmo seguindo todas as técnicas que trouxemos neste post, recomendamos muito que você faça um rascunho.
Essa é a hora em que você vai transformar todas suas ideias, anotações e argumentos em um texto com início, meio e fim.
Neste momento, não se preocupe em encontrar as palavras perfeitas. Lembre-se que o tempo é curto. Dedique-se mais a esquematizar seu texto e a forma como uma ideia leva à outra.
Vamos tomar como exemplo o tema do Enem 2022, “Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil”.
No rascunho, você pode anotar três pontos-chave: a importância cultural desses povos, os impactos da falta de reconhecimento e as possíveis políticas públicas de valorização.
Com esse esqueleto, fica mais fácil organizar os parágrafos e garantir que a conclusão retome os argumentos de forma clara.
9. Tenha muita atenção
Durante a prova, é comum que a tensão leve a erros simples, como repetição de palavras ou deslizes de ortografia. A atenção aos detalhes desde o início faz toda a diferença.
Cada exame tem suas próprias exigências. No Enem, por exemplo, o título da redação é opcional. Já na Fuvest, ele é obrigatório. Essa diferença só pode ser percebida se o candidato estiver bastante atento ao enunciado e às instruções.
Manter o foco também ajuda a evitar fugas de tema.
No Enem 2019, o tema foi “Democratização do acesso ao cinema no Brasil”. Muitos candidatos, no entanto, se limitaram a escrever sobre cultura em geral, o que os afastou da proposta central — e da sonhada nota alta.
Ao prestar atenção ao enunciado e aos textos de apoio (como falamos na dica 1), seria possível perceber que o foco deveria estar no cinema e em políticas de acesso a essa forma de arte.
10. Crie um bom título
O título é a porta de entrada para a sua redação. Ele deve chamar a atenção do corretor, resumir a ideia central do texto e mostrar que você compreendeu bem o tema.
Por outro lado, um bom título não precisa ser longo nem complexo: quanto mais objetivo e claro, melhor.
Em provas como o Enem, o título é opcional, mas quando bem elaborado pode valorizar o texto. Já em vestibulares como a Fuvest, ele é obrigatório e precisa refletir diretamente a proposta.
Na Fuvest 2020, por exemplo, o tema foi “O papel da ciência no mundo contemporâneo“. O título da redação nota máxima (50) do candidato Paolo Gripp Carreño foi: “Cara ou coroa: o papel ambíguo da ciência no mundo contemporâneo”.
Percebe como esse título mostra domínio do tema e já antecipa o posicionamento do candidato? Pois é.
Na hora de criar seu título, evite frases muito extensas, uso de clichês ou expressões vagas. Prefira algo criativo, mas sempre claro e conectado ao argumento que será desenvolvido.
11. Siga uma linha de pensamento
Uma redação dissertativa deve seguir uma linha de raciocínio clara do início ao fim.
Na introdução, você apresenta uma tese. No desenvolvimento, constrói argumentos consistentes que a sustentem. E, na conclusão, retoma a ideia inicial e propõe uma solução ou fechamento coerente.
O risco de perder pontos está em começar com uma tese e, ao longo do texto, se afastar dela. Isso gera contradições e quebra a coesão.
Vamos tomar como exemplo o tema da Unicamp 2021, “O legado da ciência para a sociedade”.
Se a tese inicial defende que a ciência contribui para o progresso humano, não faz sentido que os argumentos se concentrem apenas em críticas ou desvantagens do desenvolvimento científico, certo?
Claro que é possível (e aconselhável) apresentar contrapontos, mas eles devem ser equilibrados e ligados ao ponto central.

12. Cuidado com a informalidade
Talvez, você nem perceba, mas com as redes sociais e apps de mensagem, escrevemos muito durante o dia. Entretanto, a linguagem que costumamos usar para fazer um post no Instagram é bem diferente daquela exigida nas provas.
Para desvendar o segredo de como escrever uma redação, é fundamental compreender esta diferença.
Enquanto essa primeira linguagem, que usamos com os amigos, é considerada informal, a segunda é aquela que você encontra nos livros e jornais.
Resumindo: é o bom português ensinado nas aulas, com todas as suas regras. Para saber se o seu texto está cumprindo este requisito, fique atento a algumas recomendações:
Não use abreviações.
Não use o “você” (muito menos “vc”).
Conjugue os verbos corretamente.
Use a pontuação da forma certa.
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13. Revise a gramática
Você está aqui para aprender como escrever uma redação, certo? Então, recomendamos que você preste muita atenção à gramática.
Embora erros gramaticais não tenham o mesmo peso que uma fuga total do tema, eles reduzem pontos importantes da nota. Muitas vezes, é justamente essa diferença que impede o candidato de alcançar uma pontuação mais alta.
Por isso, sempre revise aspectos básicos como concordância verbal e nominal, uso correto da crase, regência, pontuação e colocação pronominal. Também é importante ficar atento ao emprego adequado dos porquês, que costuma ser um ponto de dúvida frequente.
Uma boa estratégia é reservar alguns minutos da prova apenas para revisar. Esse cuidado ajuda a detectar e corrigir deslizes que poderiam custar preciosos décimos na nota final.
14. Passe a limpo
Mais uma dica sobre como escrever uma redação… Pense que o texto final é o texto que vai chegar até a banca avaliadora, portanto, capriche.
Escreva de forma legível, respeitando as margens e o número de linhas exigido. Evite rasuras, pois além de prejudicar a estética, podem comprometer a clareza da redação.
O rascunho, já organizado, facilita bastante essa etapa. Ele permite que a versão definitiva seja copiada com mais segurança, sem improvisos de última hora.
Candidatos que não planejam bem a versão final acabam entregando redações incompletas ou desorganizadas. Passar a limpo com atenção é a cereja do bolo que garante que todo o esforço anterior seja valorizado na avaliação.
Como escrever uma redação com tema livre?

Quando a proposta da prova é escrever uma redação com tema livre, o candidato tem mais autonomia, mas também precisa redobrar a atenção para não se perder. Nesses casos, o avaliador quer ver se você consegue organizar ideias de forma clara, criativa e coerente.
Veja alguns cuidados importantes:
Respeite as orientações da prova: confira o número mínimo e máximo de linhas, o gênero textual solicitado e se há exigências específicas. Em alguns vestibulares, pode ser necessário escrever um resumo, em outros uma dissertação-argumentativa.
Defina um foco central: mesmo com liberdade de escolha, é fundamental selecionar um tema que permita desenvolver uma tese consistente. Evite assuntos genéricos demais.
Organize as ideias antes de começar: faça um rascunho com introdução, dois ou três argumentos e uma conclusão. Essa estrutura dá clareza ao texto.
Use linguagem formal: siga as regras da norma-padrão, evitando gírias, abreviações ou construções muito informais.
Revise a gramática e a coesão: pequenas falhas podem comprometer a nota final, por isso reserve tempo para revisar.
Inclua exemplos e referências confiáveis: trazer dados de atualidades, estatísticas ou referências históricas mostra repertório sociocultural e fortalece os argumentos.
Como deve ser a estrutura de uma redação?
A redação dissertativa-argumentativa, modelo cobrado no Enem e em muitos vestibulares, deve seguir três partes fundamentais: introdução, desenvolvimento e conclusão.
Para mostrar na prática como essa estrutura funciona, vamos analisar a redação de Anna Beatriz Veríssimo, de Baraúna (RN), uma das 12 redações nota 1000 do Enem 2024, que podem ser lidas na íntegra no G1. O tema foi “Desafios para a valorização da herança africana no Brasil”.
Introdução
Na introdução, o estudante deve apresentar o tema e a tese que será defendida ao longo do texto. É o momento de contextualizar a discussão de forma clara e objetiva.
Veja como Anna Beatriz iniciou sua redação:
“Na obra literária ‘Torto Arado’, Itamar Vieira retrata uma comunidade quilombola na fazenda Água Negra, na Bahia, relatando aspectos socioculturais relevantes para essa população afrodescendente, como os rituais religiosos e os saberes tradicionais passados pelas gerações. Fora da ficção, é nítido que a sociedade brasileira não valoriza a herança africana presente desde a histórica formação nacional. Essa problemática da invisibilidade decorre da mentalidade colonial eurocêntrica, bem como da lacuna educacional no tocante ao resgate da cultura afro-brasileira.”
Perceba que a candidata usou uma obra literária contemporânea como ponto de partida, conectando arte, cultura e sociedade.
Logo em seguida, apresentou sua tese: a invisibilidade da herança africana decorre de fatores históricos e educacionais. Essa estratégia de contextualização somada à clareza da tese é um modelo eficaz para introduções em redações de alto desempenho.
Desenvolvimento
O desenvolvimento é o espaço em que os argumentos aparecem de forma clara e organizada. O ideal é trabalhar dois ou três parágrafos, cada um com uma ideia central bem fundamentada.
Na redação de Anna Beatriz Veríssimo, a autora discorre em dois parágrafos.
No primeiro, utilizou um conceito acadêmico de referência — o “racismo estrutural”, de Silvio Almeida — para reforçar o argumento sobre a mentalidade eurocêntrica. Esse uso de repertório legitimado fortalece a credibilidade da redação.
Em seguida, ela trouxe a questão educacional, apontando a distância entre o que a lei prevê e o que de fato acontece nas escolas.
Para exemplificar, citou personalidades negras esquecidas ou invisibilizadas, como Luiz Gama e Machado de Assis. Esse recurso mostra domínio do tema e amplia a argumentação.
A estratégia é clara: cada parágrafo trabalha um aspecto diferente do problema (cultural e educacional), mas ambos se conectam à tese apresentada na introdução.
Conclusão
Na conclusão, o candidato deve retomar a tese apresentada e propor soluções para o problema. No caso do Enem, essa proposta de intervenção precisa ser detalhada, viável e respeitar os direitos humanos.
Em seu texto, Anna Beatriz retomou de forma direta a necessidade de valorização da herança africana, alinhando a conclusão com a tese apresentada na introdução. Em seguida, detalha duas propostas:
Campanhas de valorização da cultura africana, com respaldo legal e orçamentário, o que mostra conhecimento das instâncias de poder responsáveis por viabilizar a medida.
Ações educacionais em escolas, como palestras conduzidas por pedagogos negros, conectando-se ao argumento desenvolvido sobre falhas na educação.
Além disso, a candidata fechou o texto retomando a referência literária usada na introdução (“Torto Arado”), garantindo coesão e circularidade ao texto.
Esse é um modelo exemplar de conclusão: clara, fundamentada, conectada aos argumentos anteriores e com propostas viáveis e detalhadas.
Quais são os principais tipos de redação?

Embora o modelo mais conhecido seja a dissertação-argumentativa, existem outros tipos de redação que também podem ser cobrados em provas escolares ou acadêmicas. Vamos a alguns deles!
Dissertação-argumentativa
A dissertação-argumentativa tem como objetivo apresentar e defender uma tese sobre determinado tema. A estrutura, como vimos anteriormente, segue três partes: introdução, desenvolvimento e conclusão.
Veja um exemplo de trecho (tema do Enem 2020: “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”:
“Apesar dos avanços na medicina e no debate público sobre saúde, o preconceito em relação às doenças mentais ainda persiste no Brasil, dificultando o acesso de muitos cidadãos a tratamentos adequados. Essa realidade demonstra a urgência de políticas públicas eficazes e de campanhas de conscientização.”
Nesse caso, o autor apresenta logo na introdução sua tese, que será defendida ao longo do texto. O foco é sempre argumentar com clareza, coesão e repertório sociocultural relevante.
Descrição
A descrição tem a função de retratar algo ou alguém em detalhes, de forma que o leitor consiga visualizar mentalmente o que está sendo descrito.
Diferente da dissertação, não há necessidade de tese ou conclusão, mas é fundamental que o texto siga uma ordem lógica, como do geral para o específico.
Esse gênero costuma usar muitos adjetivos e termos que apelam aos sentidos, como cores, sons, cheiros e texturas. A riqueza de detalhes é o que dá vida ao texto.
Veja um exemplo de trecho descritivo:
“No centro da sala, havia uma mesa de madeira escura, coberta por livros abertos. As cortinas claras deixavam passar uma luz suave, que iluminava as estantes repletas de obras antigas, exalando o cheiro característico de papel envelhecido.”
O leitor consegue formar uma imagem mental da cena, o que é a principal função de uma descrição.
Narração
A narração, por sua vez, é o tipo de redação usado para contar uma história, que pode ser real ou fictícia. Esse gênero precisa de cinco elementos básicos: personagens, tempo, espaço, enredo e narrador.
Sua estrutura costuma seguir três etapas. Primeiro, a apresentação da situação inicial, em que os personagens e o cenário são introduzidos. Depois, o desenvolvimento, que traz um conflito ou ação central. Por fim, o desfecho, que encerra a história com a resolução ou consequência dos fatos narrados.
Confira abaixo um exemplo de trecho narrativo:
“Era madrugada quando Pedro chegou à estação vazia. O silêncio era quebrado apenas pelo som distante de um trem se aproximando. Ao olhar para o relógio, percebeu que estava atrasado, mas ainda assim decidiu esperar, acreditando que aquela viagem mudaria o rumo da sua vida.”
Nesse pequeno trecho, já aparecem os personagens (Pedro), o tempo (madrugada), o espaço (estação) e o início de um enredo (a expectativa de uma viagem).
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Em vez de seguir a mesma velocidade da turma, cada estudante avança de acordo com sua própria evolução. Isso garante segurança, disciplina e confiança na hora de escrever.
Outro ponto essencial é que a base do aprendizado está na leitura. Ao ler com frequência e de forma orientada, o aluno amplia o vocabulário, melhora a interpretação de textos e desenvolve naturalmente habilidades de escrita.
Entre os principais diferenciais do método, destacamos:
Aprendizagem individualizada: cada aluno avança no seu ritmo, sem depender do desempenho de uma turma.
Disciplina e constância: o hábito diário de estudo fortalece a concentração e a organização do pensamento.
Raciocínio mais rápido: a prática contínua permite resolver questões e elaborar textos de forma mais ágil.
Contato frequente com a leitura: leitura orientada como base para ampliar repertório cultural e melhorar a escrita.
Um exemplo concreto da força do método é a trajetória de Isadora Haluch, aluna concluinte do Kumon. Ela foi aprovada em três vestibulares de Medicina e destaca a importância da disciplina adquirida no Kumon para conquistar esse resultado.
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Conclusão
Neste artigo, você viu como escrever uma redação de qualidade, com base em 14 dicas práticas e exemplos de provas reais. O formato mais comum, a dissertação-argumentativa, exige clareza, argumentos sólidos e atenção ao tema.
Com treino constante, leitura frequente e disciplina nos estudos, é possível chegar cada vez mais perto da redação nota 1000.
Agora é a sua vez: comece a praticar e prepare-se para conquistar excelentes resultados.
E lembre-se: com o curso de Português do Kumon, você desenvolve leitura, escrita e raciocínio de forma contínua e personalizada.
Bons estudos!