Kun’yomi e on’yomi: entenda as diferenças no kanji

27/08/2025
Kumon Brasil
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Jovem segurando bandeira do Japão

Aprender japonês é uma jornada empolgante, cheia de descobertas e desafios únicos. Um desses desafios, especialmente para quem está começando a explorar os famosos ideogramas japoneses chamados kanji, é entender que eles podem ser lidos de diferentes formas, dependendo do contexto em que são usados. 


É aqui que entram os conceitos de kun’yomi e on’yomi, dois tipos de leitura que revelam a rica história da língua japonesa e a sua relação com a língua chinesa.


Você já se deparou com um mesmo kanji sendo lido de maneiras diferentes? Isso acontece porque cada ideograma pode ter múltiplas leituras, e saber escolher a correta em cada situação é essencial para a fluência. 


Neste post, vamos mergulhar no mundo das leituras kun’yomi e on’yomi, explicando com clareza o que elas são, quando usá-las, quais as exceções e como dominá-las com mais facilidade.


Acompanhe e entenda como esse conhecimento pode facilitar muito sua jornada no estudo do japonês e na compreensão dos textos escritos com kanji.


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Leia mais:



O que é o kun’yomi e on’yomi?


Para entender bem o funcionamento da escrita japonesa, é fundamental conhecer os dois tipos principais de leitura dos kanjis: kun’yomi e on’yomi. Esses dois termos representam, respectivamente, a leitura japonesa nativa e a leitura de origem chinesa dos ideogramas.


Ao longo da história, o Japão adotou os ideogramas chineses em seu sistema de escrita. No entanto, ao adaptar essas formas gráficas para sua própria língua, os japoneses mantiveram as pronúncias originais chinesas em muitos casos, mas também criaram versões com base em palavras japonesas já existentes. Assim nasceram as leituras on’yomi e kun’yomi.


Em resumo, o mesmo kanji pode ter uma leitura nativa japonesa (kun’yomi) e outra derivada do chinês (on’yomi). Entender essas duas formas de leitura é essencial para compreender palavras compostas, nomes próprios, e até expressões idiomáticas do japonês.


Kun’yomi


A leitura kun’yomi é aquela que corresponde ao significado original da palavra em japonês, ou seja, é a forma como os japoneses pronunciavam determinado conceito antes da chegada dos caracteres chineses. 


Quando o Japão adotou os kanjis, muitos deles passaram a ser usados para representar palavras já existentes no idioma japonês.


Por isso, a leitura kun’yomi geralmente aparece quando o kanji está sozinho ou acompanhado de okurigana (as terminações em hiragana que completam a palavra). Veja alguns exemplos:


kanji kunyomi


Nesses casos, os kanjis são usados para representar palavras japonesas nativas, e sua leitura é a kun’yomi.


On’yomi


Já a leitura on’yomi é a pronúncia de origem chinesa do kanji, que foi incorporada ao idioma japonês junto com os caracteres. Embora o som não seja exatamente o mesmo da língua chinesa, ele preserva a essência da pronúncia original.


A leitura on’yomi é mais comum em palavras compostas por dois ou mais kanjis (compostos sino-japoneses), especialmente em vocabulário mais técnico ou formal. Veja os exemplos:


kanji onyomi


Perceba como, nessas palavras, os kanjis são lidos com suas pronúncias de origem chinesa.


Leitura chinesa e japonesa: regras e exemplos


pessoa escrevendo kanji, representando o kun’yomi e on’yomi

Agora que você já conhece os dois tipos de leitura, é hora de aprofundar um pouco mais nas regras de uso e nos exemplos práticos.


Leitura kun’yomi


A leitura kun’yomi aparece, principalmente, quando o kanji está sozinho ou quando é seguido por okurigana. Em geral, esse tipo de leitura é usado para verbos, adjetivos e palavras simples do dia a dia.


Veja mais alguns exemplos de frases com leitura kun’yomi:


frases em japonês com kunyomi


Leitura on’yomi


A leitura on’yomi se destaca quando temos palavras compostas, especialmente na linguagem escrita, científica ou formal. Em geral, duas ou mais palavras são formadas com kanjis que recebem suas leituras chinesas.


Exemplos de frases com leitura on’yomi:


frases em japonês com onyomi

Exceções à regra


Embora existam padrões, a língua japonesa também apresenta exceções. Há casos em que palavras compostas misturam kun’yomi e on’yomi, formando combinações que fogem à regra tradicional.


Um exemplo:


explicação de kuyomi e onyomi no kanji

Esse fenômeno é chamado de “jukujikun”, e é uma das razões pelas quais o estudo do kanji exige atenção e prática contínua.


Como saber se uma palavra em kanji é kun’yomi ou on’yomi?


Uma das dúvidas mais comuns de quem começa a estudar japonês é justamente como identificar se a leitura correta é kun’yomi ou on’yomi. Felizmente, algumas dicas podem ajudar nesse processo.


A principal é observar o contexto em que o kanji aparece. Quando ele vem isolado ou com okurigana, a leitura tende a ser kun’yomi. Já quando está em uma palavra composta, especialmente aquelas de uso mais formal ou técnico, a leitura provavelmente será on’yomi.


Outro caminho é consultar bons dicionários ou ferramentas online de kanji, que indicam as possíveis leituras de cada caractere e em quais palavras elas aparecem. Com o tempo e a prática, você começará a reconhecer padrões que facilitam a escolha da leitura adequada.


Kun’yomi e on’yomi: quando usar cada uma?


Garotinha com kanjis escritos em papel, depois de aprender sobre kun’yomi e on’yomi

A aplicação correta das leituras kun’yomi e on’yomi depende do tipo de palavra, da estrutura da frase e da intenção do falante. Vamos entender melhor.


Quando usar kun’yomi


A leitura kun’yomi é usada, geralmente, em palavras japonesas nativas. Ela aparece em:


  • Verbos

  • Adjetivos

  • Substantivos simples

  • Expressões do dia a dia


Esse tipo de leitura transmite naturalidade e proximidade com o uso cotidiano da língua.


Quando usar on’yomi


Por outro lado, a leitura on’yomi é comum em:


  • Palavras compostas

  • Vocabulário técnico ou acadêmico

  • Termos de origem chinesa

  • Nomes de instituições e áreas do conhecimento


A leitura on’yomi carrega um tom mais formal, e muitas vezes aparece em textos escritos ou discursos mais sofisticados.


Kanjis simples X kanjis compostos


Entender a diferença entre kanjis simples e compostos é mais um passo para dominar as leituras kun’yomi e on’yomi.


Um kanji simples é aquele que aparece sozinho ou com okurigana, como:


frases com kanji simples

Já um kanji composto aparece em pares ou conjuntos, geralmente recebendo leitura on’yomi:


palavras com kanji composto

Por que aprender as diferenças de leitura do kanji?


Aprender as diferenças entre kun’yomi e on’yomi é essencial para entender a escrita e a pronúncia corretas em japonês. Isso evita erros de leitura e contribui diretamente para o avanço na fluência do idioma.


Além disso, esse conhecimento ajuda a ampliar o vocabulário, entender melhor os contextos das palavras e se comunicar com mais naturalidade, tanto na fala quanto na escrita.


Saber quando usar cada leitura também facilita a compreensão de textos, músicas, filmes e até mesmo placas ou manuais no Japão.


Dicas de leitura do kun’yomi ou on’yomi no kanji japonês


pessoa escrevendo kanjis em caderno de caligrafia

Aprender a identificar e memorizar as leituras kun’yomi e on’yomi pode parecer complicado no início, mas com algumas estratégias práticas e consistentes, esse desafio se torna mais fácil e até divertido. 


A seguir, reunimos algumas dicas que vão ajudar você a estudar de forma mais eficiente e a ganhar confiança na hora de ler e escrever em japonês.

1. Estude palavras dentro do contexto


Evite memorizar os kanjis de forma isolada. Estudar os ideogramas dentro de palavras e frases ajuda o cérebro a associar a leitura ao seu uso real, facilitando o reconhecimento tanto da leitura kun’yomi quanto da on’yomi. 


Por exemplo: 


explicação do kanji "estudar"

2. Use flashcards com distinção de leituras


Crie cartões de estudo, físicos ou digitais, e separe os usos de cada kanji em duas categorias: kun’yomi e on’yomi. Em um lado do cartão, escreva o kanji e uma palavra usando kun’yomi; no outro lado, uma palavra com on’yomi. Isso ajuda a visualizar e diferenciar claramente as leituras.

3. Leia em voz alta para treinar a pronúncia


A leitura em voz alta é uma ótima maneira de fixar as pronúncias e se acostumar com a sonoridade do japonês. Escolha textos simples e identifique os kanjis, marcando quais estão sendo lidos com kun’yomi e on’yomi. Ler em voz alta ajuda a memorizar não só a leitura correta, mas também o ritmo e a entonação das frases.

4. Associe imagens e significados


Visualize o significado do kanji ao lado de imagens ou cenas do cotidiano. Essa associação facilita o reconhecimento visual e semântico do ideograma, o que também contribui para lembrar se a leitura é japonesa ou chinesa. 


Por exemplo, imagine:


explicação de kanjis em leitura kunyomi e onyomi

5. Crie frases próprias com os kanjis estudados


Escrever suas próprias frases usando os kanjis é uma excelente forma de fixar as leituras. Quando você cria conteúdo original, ativa a memória de forma mais profunda. 


Veja um exemplo com o kanji de "água":


frase em japonês com kanji

Nessa frase, o kanji é lido com sua leitura kun’yomi (mizu), usada em contextos cotidianos.

6. Assista a conteúdos em japonês com legenda


Séries, animes e vídeos no YouTube podem ser excelentes fontes de aprendizado, principalmente quando combinados com legendas em japonês. Enquanto assiste, tente identificar os kanjis nas legendas e mentalmente associe as leituras kun’yomi e on’yomi. Esse tipo de exposição natural ao idioma estimula o reconhecimento auditivo e visual dos caracteres.

7. Mantenha um caderno de kanji


Anote os kanjis que você aprender diariamente, com exemplos de palavras que usam tanto a leitura kun’yomi quanto a on’yomi. Isso permite que você tenha um material personalizado de consulta e, ao mesmo tempo, reforce a escrita manual dos caracteres, o que também favorece a memorização.


Qual o melhor método para aprender kanji?


Não existe um único caminho certo para aprender kanji, mas alguns métodos se destacam. O uso de materiais progressivos, como os oferecidos pelo método Kumon, pode fazer toda a diferença.


Com o Kumon, o aluno avança no seu próprio ritmo, consolidando as bases da leitura e da escrita por meio da prática diária e construção gradual do conhecimento. Além disso, a metodologia incentiva a autonomia, o que é ideal para o domínio das leituras kun’yomi e on’yomi.


Outras estratégias incluem:


  • Associar imagens às palavras.

  • Criar histórias com os kanjis.

  • Usar aplicativos e jogos de memorização.

  • Ler mangás ou textos curtos adaptados.


O importante é manter uma rotina constante e motivadora de estudos.


Conclusão


Dominar os conceitos de kun’yomi e on’yomi é um passo essencial para quem deseja se aprofundar no estudo da língua japonesa. Essas duas formas de leitura revelam muito sobre a origem das palavras, seus usos no cotidiano e a riqueza do idioma.


Saber distinguir quando aplicar cada tipo de leitura é uma habilidade que se desenvolve com prática, paciência e bons métodos de estudo. Com o tempo, os kanjis deixam de ser um obstáculo e se tornam aliados poderosos na comunicação.


Se você está começando agora ou já tem alguma experiência, continue praticando, explorando novos textos e usando estratégias como as que apresentamos neste post. A leitura e o uso dos kanjis se tornam muito mais naturais quando se compreende a lógica por trás do kun’yomi e on’yomi.

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O Kumon é um método de estudo que desenvolve ao máximo o potencial do seu filho, de forma individualizada. Criado no Japão em 1958 pelo professor Toru Kumon, o método está presente em mais de 60 países e reúne mais de 4 milhões de estudantes.

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