A Comunicação Não-Violenta (CNV) é uma habilidade essencial para construir relações saudáveis, especialmente com crianças.
Saber se expressar e ouvir com empatia ajuda a criar diálogos respeitosos, fortalecendo vínculos e promovendo o desenvolvimento emocional desde cedo.
Neste artigo, vamos explorar o que é Comunicação Não-Violenta, sua importância na infância, os pilares da CNV, além de oferecer exemplos práticos e passos para aplicar essa abordagem no dia a dia com crianças.
Também vamos apresentar recursos e atividades lúdicas que facilitam a prática da CNV, mostrando como o aprendizado pode ser divertido e transformador. Confira!
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O que é CNV – Comunicação Não-Violenta?
A CNV (Comunicação Não-Violenta) é um método criado pelo psicólogo americano Marshall Rosenberg, que busca promover diálogos empáticos, livres de críticas, julgamentos ou agressividade.
O objetivo é permitir que cada pessoa expresse suas necessidades e sentimentos de forma clara, enquanto entende e respeita as necessidades dos outros.
Esse processo se aproxima da pirâmide de Maslow, pois atende tanto às necessidades básicas de segurança e pertencimento quanto ao desenvolvimento emocional e social.
Qual a importância da CNV para crianças?
A CNV oferece diversos benefícios para o desenvolvimento infantil, ajudando as crianças a lidar com emoções, construir relações positivas e se tornar mais conscientes sobre suas atitudes. Entre os principais impactos, destacam-se:
Fortalecimento de vínculos
A CNV ajuda a fortalecer laços entre pais, filhos, professores e amigos. Quando a criança aprende a se comunicar de forma não violenta, ela consegue expressar sentimentos e entender os outros, criando empatia e conexões mais profundas.
Exemplo: quando uma criança se sente frustrada por não conseguir montar um brinquedo, os pais podem perguntar: “Vejo que você está chateado. Quer me contar como se sente?”. Essa abordagem valida a emoção e fortalece o vínculo.
Desenvolvimento socioemocional
A CNV contribui para que a criança identifique, nomeie e regule suas emoções. Com isso, ela desenvolve resiliência, capacidade de lidar com frustrações e compreensão dos próprios sentimentos — fatores fundamentais para o desenvolvimento socioemocional.
Exemplo: uma criança que aprende a dizer “estou triste porque não consegui terminar meu desenho”, ao invés de chutar ou gritar, está aplicando a CNV.
Aumentar a percepção sobre as próprias palavras e ações
A CNV também ajuda as crianças a perceberem a influência que suas palavras e ações têm sobre as outras pessoas.
A partir do momento em que entendem como se comunicar de forma não-violenta, elas são capazes de compreender como o que dizem pode afetar os outros. Assim, tornam-se mais conscientes e responsáveis por suas escolhas.
Exemplo: ao invés de falar “Você sempre me irrita!”, a criança aprende: “Fico triste quando você pega meus brinquedos sem pedir”. Isso ajuda a desenvolver comunicação assertiva.
Criação de uma relação de confiança e acolhimento
Quando as crianças aprendem a se comunicar de forma não violenta, elas criam uma relação de confiança e acolhimento com as outras pessoas ao seu redor.
Isso é especialmente importante na relação entre pais e filhos, pois quando os pais utilizam a CNV (comunicação não-violenta na infância) em suas conversas com os filhos, eles criam um ambiente seguro e amoroso, no qual os filhos se sentem à vontade para se expressar.
Exemplo: conversas regulares sobre o dia da criança, sem interrupções, ajudam-na a se sentir ouvida e valorizada.

Diminuição de agressividade
Por fim, a CNV também contribui para a diminuição da agressividade entre as crianças.
Comunicando-se de forma não violenta, os pequenos tornam-se capazes de expressar suas emoções e necessidades sem recorrer à agressividade, o que ajuda a prevenir conflitos e promover uma convivência mais pacífica.
Exemplo: em vez de empurrar um colega para pegar um brinquedo, a criança aprende a pedir: “Posso brincar com você depois de terminar?”.
Quais são os quatro pilares da CNV?
Os pilares da Comunicação Não-Violenta são fundamentais para aplicar a CNV de maneira eficaz com crianças. São eles: influência, comunicação, consciência e linguagem.
Influência
Refere-se à capacidade de expressar necessidades e desejos de forma assertiva, sem impor ou manipular. A criança aprende que pode pedir o que precisa, respeitando o espaço do outro.
Exemplo: “Gostaria de brincar com você, mas posso esperar minha vez?”.
Comunicação
Envolve transmitir informações de forma clara e honesta, incluindo comunicação verbal e não verbal. A escuta ativa e empática também faz parte desse pilar.
Exemplo: sorrir e olhar nos olhos da criança ao ouvir seus sentimentos reforça a atenção e empatia.
Consciência
É a habilidade de perceber os próprios sentimentos e necessidades, assim como os do outro. Desenvolver essa consciência ajuda a compreender emoções e a responder de forma equilibrada.
Exemplo: “Percebo que você está nervoso, porque não conseguiu resolver o exercício. Vamos tentar juntos?”.
Linguagem
A escolha das palavras é essencial. A CNV preza por uma linguagem clara, objetiva e sem julgamentos, para promover compreensão e diálogo construtivo.
Exemplo: trocar “Você é desobediente” por “Fico triste quando você não segue a regra da casa” transforma o julgamento em expressão de sentimento.
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5 passos para desenvolver a Comunicação Não-Violenta com crianças
Agora que entendemos o que é a CNV e seus quatro pilares, vamos ver como podemos aplicá-la na comunicação com crianças para obter uma comunicação positiva entre pais e filhos.
Para ajudar no desenvolvimento dessa habilidade, existem cinco passos simples que podem ser seguidos para aprimorar a comunicação com as crianças no dia a dia.
1. Escute a criança e identifique emoções
Preste atenção às palavras, expressões e gestos da criança. Validar seus sentimentos fortalece a segurança emocional.
Exemplo: “Vejo que você está triste porque não conseguiu terminar o desenho. Quer me contar mais sobre isso?”.
2. Seja claro na sua fala
Use frases curtas e simples, evitando instruções vagas ou linguagem rebuscada. Certifique-se de que a criança compreendeu a mensagem.
Exemplo: “Por favor, guarde os brinquedos antes do lanche”.
3. Incentive a criança a se expressar e entender suas emoções
Ajude a criança a nomear sentimentos e a lidar com eles de forma saudável, sem julgamentos.
Exemplo: “Você parece triste. Pode me dizer o que sente?”.
4. Faça dinâmicas lúdicas que incentivem a CNV
Jogos e atividades como “Telefone Sem Fio”, dramatizações ou desenhos ajudam a criança a praticar a comunicação empática.
5. Estimule a linguagem
Faça perguntas abertas, leia livros sobre emoções e incentive a criança a falar sobre seus sentimentos e experiências.
Exemplo: “Como você se sentiu quando ajudou seu amigo hoje?”.
+ Exemplos de Comunicação Não-Violenta para aplicar no dia a dia
Trocar críticas por expressões de sentimentos: em vez de “Você bagunçou tudo”, usar “Fico chateado quando os brinquedos ficam espalhados”.
Pedir ajuda em vez de reclamar: “Gostaria que me ajudasse a montar isso”.
Negociar em vez de impor: “Podemos brincar juntos depois da sua tarefa?”.
Validar emoções: “Entendo que você esteja triste por não conseguir algo sozinho”.
Reforçar comportamentos positivos: “Fiquei feliz que você esperou sua vez para brincar”.
Recursos para praticar Comunicação Não-Violenta com crianças
Algumas ferramentas e atividades podem ajudar na prática diária da CNV:
Jogos cooperativos que exigem colaboração e turnos.
Dinâmicas de expressão corporal, como mímicas ou dramatizações.
Livros infantis sobre emoções, empatia e respeito.
Desenhos e colagens que permitam expressar sentimentos.
Rodas de conversa em que cada criança compartilha experiências sem interrupções.
Curso de Português Kumon: comunicar para aprender
O Kumon é uma rede de educação presente em mais de 60 países, com metodologia própria que desenvolve habilidades fundamentais para a aprendizagem, como leitura, escrita e comunicação.
No curso de português, a comunicação é trabalhada de forma individualizada, permitindo que cada criança desenvolva clareza na expressão escrita e oral, fortalecendo sua capacidade de se comunicar de maneira eficiente — um complemento perfeito para o aprendizado da CNV.

Conclusão
A Comunicação Não-Violenta é uma ferramenta poderosa para fortalecer vínculos, desenvolver a inteligência emocional e reduzir conflitos na infância.
Ao escutar, compreender e expressar sentimentos de forma respeitosa, pais e educadores ajudam as crianças a crescerem mais confiantes, empáticas e conscientes de suas palavras e ações.
Aplicar a CNV exige prática, atenção e paciência, mas os resultados são transformadores: crianças mais felizes, relações familiares mais saudáveis e um ambiente de aprendizado seguro.
O curso de português do Kumon reforça essas habilidades, mostrando que comunicar para aprender é essencial para o desenvolvimento integral da criança.
Para continuar aprendendo sobre estes temas tão importantes, veja este artigo que fizemos sobre bullying na escola